20 abril, 2006

Compreendendo as exceções...

Tenho aprendido, definitivamente, que o amor não cabe numa regra!
Acho que ele tem muito mais exceções do que tudo...
Por ser totalmente particular a sua necessidade, não há possibilidade de uma generalização a cerca do seu desenvolvimento.
Hoje, olho pra mim, e vejo que muitas vezes sou olhado como uma regra.
As pessoas já sabem, muito bem, o que esperam de mim. Já prevêem as minhas atitudes e meu comportamento.
Mas quem são as pessoas pra acharem que me conhecem tanto?
Então mudo o foco: Que sou eu pra achar que conheço tanto as pessoas e posso esperar delas uma determinada reação à minha ação?
Pois não é diferente, em quase nada, a minha conduta com relação aos meus próximos.
Sofro quando não sou correspondido na minha expectativa.
E na maioria das vezes cobro do outro aquilo que eu faria em seu lugar.
Mas o amor é isso?
Não, não é!
O amor é compreensão!
Por mais esdrúxula que seja a atitude do meu amigo, não tenho o direito de cobrar dele aquela que eu teria na situação analisada.
Posso refletir junto se determinado comportamento condiz com o que ele tem buscado ou com sua verdadeira essência, mas não posso pensar que eu o conheço melhor do que ele mesmo!
É muito doloroso quando ajo de determinada forma e as pessoas não me compreendem.
Buscam em suas experiências o significado das minhas ações e não o encontram, então supõem, em grande parte das vezes, falsas certezas.
Por isso, quero tanto compreender as exceções!
Pra não fazer com que o outro sofra de uma dor que pode não leva-lo a refletir, mas a se fechar cada dia mais.
Se sou constantemente incompreendido, a minha tendência será de me esconder!
Se sou levado a refletir sobre as minhas atitudes e aprender com elas, a minha tendência será me revelar cada vez mais.
Não estou falando do famoso “passar a mão na cabeça”!
Acho que existe uma grande diferença entre o amor e essa maneira triste de abafar os problemas.
Falo sobre compreensão, que não quer dizer concordância total.
Falo sobre olhar pra mim mesmo, perceber minha imperfeição e entender que o outro também tem direito de errar.
Falo sobre o famoso reforço positivo da psicologia!
Falo sobre acreditar que o meu próximo pode mudar, apesar de ter agido “erroneamente”, assim como acredito que eu posso mudar.
Falo sobre amor verdadeiro que se propõe a viver junto a dor do outro, ainda que essa dor seja uma conseqüência de um pecado mortal!
Não compreender as exceções no comportamento do meu próximo muitas vezes é uma fuga do meu coração ao comprometimento que preciso ter nos meus relacionamentos.
A exceção do outro pode me incomodar, muito mais, por ser um convite pra que eu me abra ao novo do que por ser um erro em si!

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