Ir além...

Ir além...

É difícil ver passar o tempo do meu lado
Ando perdido nesse meu remar contra a maré
Pareço um barco que não quer parar, indo meio de lado
Não sabe onde está nem pra onde vai, só tem a fé

De avançar pra águas mais profundas
Se embalando em teu movimento
Teu olhar descobre em mim o rumo
Pelo teu amor, seguirei...

Posso até sentir soprar um vento do meu lado
Tu me advertes “não é este não!” que vai guiar
O meu caminho não se faz igual aos outros deste mundo
Mora escondido em teu coração, eu quero entrar

Nesta casa feita sob medida
Onde encontro os meus talentos
Pra ficar eu devo estar disposto
Tua lei observar

Mas quando penso que já cumpro tudo
Mostras que eu preciso ir além
Vender tudo e dar aos teus pequenos
Vem com o teu amor, me ensinar...

Eu não sei amar...
Nem mesmo sei remar...
Só posso confiar em nosso querer

Queres-me todo e eu quero-te todo...

Seco...

Sinto uma coisa diferente hoje...

É como se eu estivesse sendo sulgado...

É como se minhas forças todas estivessem indo para um lugar estranho...

É como se eu tivesse perdendo a minha vida...

pra de verdade encontrá-la...

Amém...

Uma canção bem alegre...

O amor de Deus é!

Com palavras não se pode expressar
É maior e muito mais que se pode ver
Quando penso que ao topo cheguei
Na montanha do Amor que escalo em meu ser

Eu preciso aceitar! minha forma de amar
Não se faz barreiras pro amor de Deus
Ele é muito maior, muito maior que posso ser
Mas Ele quer ser em mim

O amor de Deus é tão grande
O amor de Deus me desconcerta
Me impele a viver, mesmo sem merecer
A Palavra se encarna em meu jeito

O amor de Deus é constante
É o mesmo amor que me concerta
Sou feito pra amar, não há como negar
Esse Amor que bate forte em meu peito

O amor de Deus é tão forte, vence a morte
Morte que vivi quando era muito forte
Hoje fraco me vejo aos pés do Amor de Deus
Sendo fraco sou leve e Nele posso voar...

Tudo que quero...

Tudo que quero é apenas
Imitar e agradar meu Senhor
Muito embora em minhas lutas eu tenha
Fraquejado e vivido sem cor

Sei que em Deus me encontro
E sou bom por Ele
Porque Dele eu vim, Nele estou
Para Ele irei

Mesmo que arranquem meus olhar
Ninguém pode apagar o que vi
Já está tão gravado em meu coração
Se eu negar será mais que mentir

Meus limites, às vezes, me levam
A pensar que não sirvo pro amor
Me esqueço que a cruz é o caminho
De ser salvo na luz e na dor

Em pequenos olhares eu sinto
Meus Jesus que acompanha meu ser
Ele sabe até onde consigo
Intervém e eu não vou perecer

To be?

Ando de lá
Ando de cá
E minhas palavras
Revelam onde quero estar

Cá é onde?
Lá é longe?

Tudo aqui mesmo
Bem pertinho
Pequenininho
E tão diferente

Quando cá, eu vivo
Se lá, não sei

Mas, às vezes, estou lá
Estando cá
E vice-versa

Tem dias que estou lá dentro de mim
E tem dias que estou dentro de mim

É como se eu pudesse estar fora
Estando dentro
E vive-versa

O que é melhor?

Não sei
Só sei que quando estou
Me inquieto

Mas quando sou,
Ah! quando sou...
É diferente

Parece que o português me salvou
Pois ser não é o mesmo que estar
Então tá!
Mas o que é que sou mesmo?

O tempo, meus amigos e algum lugar...

Ontem senti muitas saudades...

Adormeci com certa dor e com a sensação de ser maltratado pelo tempo! Ele tira as pessoas que eu amo de perto de mim!

Eu realmente não nasci para o tempo! Mas fui consolado...

Percebi que alguns olhares estão eternizados em meu coração e que basta uma lembraça para que despertem em mim um desejo de santidade que eu e meus amigos compartilhamos um dia.

Tenho certeza de que não viveremos novamente momentos passados, mas também tenho certeza de que aqueles momentos viverão eternamente em algum lugar de mim...

Carta aberta ao meu irmão!

Fi, tudo bem?
Eu estou bem, graças a Deus! Fiquei pensando muito naquilo que vc disse ontem: algumas vezes temos a sensação de que estamos dando o nosso máximo para uma pessoa e ela simplesmente não consegue perceber. Ela acaba dizendo que precisa mais do nosso esforço.
Eu falei que achava isso bom, porque era como se tivesse chegado a hora em que teríamos que abandonar nossas forças e confiar na graça. Eu fiquei pensando assim porque ontem aconteceu exatamente isso comigo!
A primeira sensação foi de uma extrema incapacidade de amar e então me lembrei das palavras da Dra. Renate: “O ser humano não sofre por não ser amado, mas por se sentir incapaz de amar!” Isso é bem verdade!
Pude compreender que quando estou carente da atenção de alguém quase nunca, por mais que essa pessoa se disponha a estar comigo, consigo me sentir saciado. Na verdade eu não quero o amor daquela pessoa, mas quero sentir que eu amo e tantas coisas me atrapalham nisso.
Fui me lembrando de outras frases da Renate: “geralmente fazemos muitas coisas pensando que é amor, mas no fundo não nos damos, em essência, para o outro”, “o verdadeiro amor dobra o coração do outro”.
E relacionando isso tudo com aquela sensação de impossível que experimentamos quando o outro nos “cobra” amor, pude confirmar que talvez o “impossível” seja essencial para amadurecer nossa capacidade de amar e de despertar a capacidade de amar do outro.
Ontem, eu acho que por amor, eu me confessei pra ela: “Eu sei que posso ser melhor, mas hoje eu acho que estou dando o máximo de mim, esse é o Renato hoje, mas não é o Renato pleno em suas possibilidades. Eu preciso que vc me olhe sem me congelar no presente! Eu preciso que vc tente me ver além. Eu preciso que vc também se veja além. Eu acredito que da mesma forma como eu vou mudando com o tempo vc também vai mudando. Dessa forma, o que é pesado na minha personalidade pra vc hoje, por minhas mudanças e por suas mudanças, não será tão pesado amanhã!”
Depois que eu disse isso e mais algumas coisas ela olhou nos meus olhos e disse: “O que estou te cobrando, na verdade, não é essencial pra mim. Essencial é a sua sinceridade!”. Claro que chorei né? Foi uma experiência de muito amor... Eu a compreendi, pois tantas vezes isso também acontece comigo, cobro do outro um amor que na verdade sou eu mesmo que preciso dar pra ele. Que loucura isso!
Ainda não sei se tudo que eu disse é realmente verdade em meu coração. Acredito que meu comodismo e certa tendência de justificativa estejam misturados nas minhas palavras que tentam falar de minha essência, mas confio que de tudo Deus pode tirar um proveito.
É Fi, vamos vivendo e aprendendo...
E cada dia mais, nesse árduo e complexo caminho, vou descobrindo que o amor é muito mais simples do que eu pensava...
Um forte abraço, que Deus te abençoe! Conte comigo!
Seu irmão,
Renato

A espera de um morango...

"Contam os budistas que um homem andava por uma floresta quando, de repente, sem ver, chutou uma pedra e feriu o pé. Mancando, continuou o trajeto e foi surpreendido por um leão voraz. Correndo desesperadamente caiu num precipício. Na angústia da queda, conseguiu agarrar-se a uma raiz. Ali, pendurado, viu à sua frente um lindo morango maduro que crescia na parede da montanha. Delicadamente, arrancou-o e comeu-o solene e lentamente. O morango estava delicioso!"

Esse texto não se trata apenas de procurar o lado bom das situações adversas, mas me tocou principalmente a atitude de espera do homem de “má sorte!”.

Muitas vezes, por diversos acontecimentos da minha vida, tendo a andar com minhas próprias forças, sem mais me lembrar da graça de Deus. A Graça é como o morango, vivo e presente na minha vida, mas que escolho enxergá-lo ou não no meu caminho. O Homem de “má sorte”, poderia ter ignorado a presença do morando se não estivesse aberto ao inesperado.

Eu quero ser assim Senhor! Aberto às dádivas de cada dia, sempre à espera do inesperado! Sempre a espera da tua Graça!

Pequeno Grão...

A sensação é como se minha estrada estivesse clara, apesar de eu não conseguir ver muito lá na frente. Então vou andando, andando e de repente me deparo com dois caminhos: Um bem iluminado cheio de pedras e outro meio escuro cheio de flores. Me lembro do evangelho de Cristo e escolho o caminho da luz, apesar das pedras. Começo a caminhar e passo a não ver mais nada, a luz se foi e as pedras continuam aqui...

Hoje de manhã, rezei um pouco e pude entender melhor essa situação. A luz não se foi, pelo contrário, ela está muito intensa e por isso não consigo enxergar. Estou acostumado a caminhar à meia luz e quando faço uma opção pela luz inteira, fico assim, com a sensação de cegueira. Mas essa cegueira é boa, me leva a me abandonar completamente nas mãos do Senhor. Nesse espírito compus uma canção e gostaria de compartilhar com vcs...

Pequeno Grão

Eu me entrego como um grão se entrega à terra
Despojado de si mesmo, dando tudo que se tem
Eu me entrego com as minhas esperanças
Apesar de ser pequeno grão, ver a vida então brotar

E perder a razão para o meu Bom Deus
Pois eu sei que em suas mãos tudo se afirma e tudo cresce
Mesmo não vendo o sol, eu posso acreditar
Que fecunda o meu ser e sua luz vem me salvar

Eu me entrego a quem perscruta os afetos
Do meu coração ferido e inseguro como está
Eu me entrego a quem me conhece mais que eu
E não teme a minha morte, pois quer me ressuscitar

E me dar um viver tão livre como o ar
E me fazer crescer até a árvore que eu posso ser
E me configurar cada vez mais à sua imagem
Pra alegria ofertar como fruto a quem sofre

Como eu, hoje aqui
Mas encontrei a paz em mim
Por que alguém que era grão
Me ofertou sua alegria e seu fruto amor...

De amigo para amigo...

Não é fácil ser amigo!

Por mais que eu saiba o que o outro precisa, esbarro nas minhas limitações e muitas vezes fico de mãos atadas...

Já sofri muito por perceber isso em mim, hoje não sofro tanto, mas ainda sofro...

Me consola (um pouco) o fato de saber que o amor que o outro precisa não é o meu. E esse amor pode passar através de mim sem que eu me dê conta...

O fato é que sou muito feliz por ter amigos!

Tão feliz que faço canções...

Quero gravar essa logo...

.

De amigo para amigo...

Às vezes pai, às vezes mãe, às vezes tudo que eu queria ser
Sua voz é como um passo que me leva a mim
E o seu olhar me faz tão bem, como se visse o que eu não posso ver
Com palavras de amor me simplifica

E esse amor de tão amigo se rebaixa até aqui
Bate à porta e eu não convido para entrar

Eu não sei ser amado, eu não sei ser perdoado
Eu não sei ser acolhido no tão simples dom de mim
Eu não sei ser abraçado, eu não me deixo ser curado
Tão fechado tenho sido pra me decidir
Ser livre, ser simples...

Às vezes vai, às vezes vem, mas é constante sua presença aqui
Mesmo longe os seus olhos estão perto
Não sendo a Luz, trazendo luz, o que me importa é sua disposição
De olhar minhas fraquezas e ver um amigo

E o seu olhar tem me impelido a mergulhar inteiro em mim
Ter coragem e me abrir pro outro entrar

Eu não desisto de ser amado, eu preciso ser perdoado
Pois eu vivo se acolhido no tão simples dom de mim
Eu me rendo ao seu abraço, não me nego em ser curado
Pela Graça, pelo amigo vou me decidir

Ser livre, ser simples...

Seu elogio em mim...

Ontem experimentei de uma sensação muito diferente.

Descobri, profunda e verdadeiramente,

as qualidades de uma outra pessoa dentro do meu coração.
É como se o elogio já estive lá,

guardado numa caixinha enfeitada

só aguardando para ser presenteado...

Como é bom elogiar!

Como é bom reconhecer os dons de Deus no outro!

Esse é um dos sentimentos

que tenho certeza que encontrarei no céu!

Eu nem sei...

Já pensei muitas coisas nessa vida...
Pensei que minha maior dificuldade fosse amar...
Afinal, pra ser amado era só me deixar ser amado...
Ledo engano...
Eu não sabia que só me deixar está embutido no Abandono e Confiança, pilares da Pequena Via, meu caminho de santidade...
Parece estranho, mas hoje, ser amado tem sido mais difícil do que amar...
Quando amado fico numa posição pequenina...
Quando o outro me ama, verdadeiramente, ele se rebaixa até mim...
E não é difícil se sentir pequeno?
Pra mim, verdadeiramente, é uma humilhação ser amado!
E não só me humilha como me tenta a fugir da responsabilidade da cura de ser amado.
Sou curado quando amado, mas tantas vezes, prefiro fingir que nada aconteceu. Prefiro ficar doente pra continuar ganhando a atenção das pessoas que eu escolhi para serem meus melhores amigos!
Eu não confio que o amor continuará me amando, mesmo quando eu for santo...
Então, ao mesmo tempo que desejo a santidade eu fujo dela...

Ai meu Deus! Pobre de mim...
Veja meu coração, eu nem sei mais o que pedir...

Da dor a paz...

Como resposta ao sofrimento, o ser humano às vezes se revolta, acreditando-se inferior ou excluído, rejeitado ou destinado ao caos existencial. Outras vezes, numa atitude de constante fuga, decide se recolher em um mundo recluso e de poucas relações. Ainda, considerando correta tal atitude, alimenta uma postura de resignação infértil e demasiadamente passiva.

Ao contrário, a proposta que brota do Evangelho e do testemunho de tantos discípulos de Jesus Cristo, é experimentar o sofrimento com um gesto de contínuo acolhimento e oferta. Aceita-o como dom, como caminho de purificação e crescimento humano-espiritual. Deste modo, experimenta-se a paz.

Renato, nosso querido “Re do Senhor”, como ele mesmo costuma dizer, lança seu primeiro CD com canções inéditas que nos convidam a assumir o sofrimento com alegria e esperança, via segura para a paz. Suas canções revelam a profundidade da vida cristã inspirada na figura do Servo Sofredor.

Vale a pena conferir! O CD “Da dor a paz...” será lançado durante o Seara 2009 (encontro de carnaval), em Viçosa MG.

Pe. Paulo Nobre

Essa criança, essa luz...

O que essa luz me diz?
Bom...

Sorriso
Lágrima
Verdadeira alegria
Paz, muita paz
Esperança
Gratidão
Auto-conhecimento
Vocação
Liberdade
Família
Amizade, muita amizade

Inquietação?
Sim, me inquieta...
Por isso também choro
Me chama a vencer meu egoísmo
Me convida a decidir pelo amor
Acima de tudo,
Acima de qualquer coisa

Decisão!
E responsabilidade...

Essa luz tem 20 e poucos dias?
Acho que não!

Essa luz tem força de eternidade...

Inconstante...

Acho que fugi muito da subjetividade por uns tempos e ela está me procurando novamente...

Essa canção expressa bem o que tenho sentido nesses dias...

Um abraço pra vcs que têm lido o blog,

Deus abençoe a todos!

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Inconstante...

Às vezes eu vou ficando meio de lado
De lado no que sei de mim
Às vezes eu vou ficando meio calado
Calado num papel sem fim

Às vezes eu vou deixando que o espaço
Tome o meu lugar
Às vezes eu vou perdendo a voz
Às vezes eu vou virando nós

Às vezes eu vou pensando a vida outra
Que poderia ter
Às vezes eu vou sujando a minha roupa
Sem nada entender

Às vezes eu vou deixando que o sem-rumo
Tome a direção
Às vezes eu quero andar sozinho
Às vezes eu peço a tua mão

E sou eu
Que choro por perder a hora
De sofrer e mais viver
E sou eu
Que escondo pra não ver a escola
Que ensina a confiar e abandonar

Às vezes eu vou parando no caminho
Que sei que é todo meu
Às vezes eu vou buscando outro ninho
Por medo do que é teu

Às vezes eu vou traçando o meu destino
Com tranças de algodão
Às vezes eu vou seguindo o amigo
Às vezes estou na solidão

Às vezes eu vou cantando o teu silêncio
Sentindo o que perdi
Às vezes eu vou mordendo o meu lamento
Lamento que menti

Às vezes eu vou achando que sou filho
Nem mesmo sendo o pai
Às vezes eu desço e sou menino
Às vezes encontro a minha paz

E sou eu
Que choro por perder a hora
De sofrer e mais viver
E sou eu
Que escondo pra não ver a escola
Que ensina a confiar

E sou eu
Que sabe enxergar pecados
Mas não sabe perdoar
E sou eu
Que sonha em ter o ar por dentro
Mas não vive em respirar...
Às vezes sou eu...

Ainda mais...

Ainda que acabem com todas as coisas engraçadas do mundo...

Ainda que não exististam mais as gargalhadas e as brincadeiras...

Enquanto houver ser humano, haverá um olhar...

E nesse olhar eu sempre encontrarei um sentido...

E no sentido muito mais de mim...

Muito mais...

Eu e o menino...

Hoje me encontrei com o menino
E meu pecado pareceu tão pequeno
Ele disse pra eu tirar a máscara de sério
E virar criança...

Sonhar,
Deixar a chuva me molhar...
Me espalhar no chão
E brincar de juntar de novo

Não ter medo do novo
Não ter medo do velho
Conversar com os sentimentos
Sentir os sentimentos...

Imagina só,
Sentir os sentimentos!
Esse menino é doido mesmo!
Mas eu gostei dessas idéias...

“Ele vem pra me dá a mão”
O Sol bate forte
É dia de recomeçar
É dia de viver de verdade...