28 maio, 2006

Sonhar acordado...

Acho que acordei de um sonho
Do sonho de mudar o mundo
Do sonho de mudar o mundo dos outros
Enquanto o meu dormia...

Acho que acordei de um sonho
Do sonho de que vivo nas nuvens
Do sonho de que vivo no céu
Enquanto a terra dormia...

Acho que acordei de um sonho
Do sonho da vida inatingível
Do sonho da vida giratória ao meu umbigo
Enquanto a morte dormia...

Acho que acordei para um outro sonho
O sonho de sonhar eu mesmo
O sonho de mudar a mim mesmo
Enquanto o orgulho dorme...

25 maio, 2006

todo pela fé...

Hoje contemplo a beleza da fé.
Com minhas faculdades humanas não sou capaz de conhecer nada na sua verdadeira essência.
Toda descrição que faço, por mais profundo que seja meu estudo, é um usar de palavras criadas pelo homem para caracterizar a natureza de alguém ou alguma coisa.
Estou sempre na busca por entender as coisas que estão em minha volta e não sou saciado nessa busca, pois não consigo conhecer a essência de nada, por minha total limitação humana.
Pela fé e somente pela fé torno-me um conhecedor, em essência, de Cristo. Não por algum esforço meu, mas pela graça que me é dada: pelo dom da fé. Sem a fé, meu conhecimento de Jesus seria mera especulação como faço com a maioria das coisas que julgo conhecer.
O que seria uma história de um homem que viveu há 2000 anos, disse palavras bonitas, morreu e ressuscitou?
Se não fosse pela fé, isso tudo não passaria de uma história, como tantas que ouço dizer!
Mas pela fé sou promovido a participante da vida de Cristo, que detém a verdade sobre tudo.
Hoje entendo mais o porquê da minha salvação pela fé. Por ela passo a ser conhecedor da verdade absoluta que está em Jesus e assim “domino” o mundo a minha volta.
Desta forma vivo livre, vivo salvo.

*Eu não encontro minha liberdade pela ciência...

15 maio, 2006

Breve Silêncio...













Preciso de silêncio
Daquele lento
Que a palavra quase não chega

Daquele de fim de festa
Em que qualquer bocejo
É um trovão em potencial

Daquele que meu peito teme
Por pensar que medo
Se cura com barulho

Preciso de silêncio
Muito silêncio
Apenas silêncio que entra e paz

É nele que meu abismo se encontra
Com a Luz que emana
O que sou de verdade

É no silêncio de estar sozinho
Que vejo o jeito sem pretexto
Sem paradigmas e talvez com estigmas

Eu voto no silêncio da língua cansada
No coração aberto
E na boca fechada

Silêncio de recém-nascido
Com suspiro e choro lindo
Esperança tão somente

Procuro pelo Silêncio
Silêncio da alma
Que no “sem som” se acalma
E distingue a voz do mundo...

Mais livre?

Um sábio amigo me disse que com o tempo eu entenderia que as pessoas não são aquilo que meu coração deseja que elas sejam, e hoje eu entendi...
Me lembrando sobre o valor das pessoas representados no livro da natureza, como explica Santa Teresinha, vejo que somos também flores na vida uns dos outros.
Pela exuberância dos grandes lírios, tende o meu coração a buscar sempre grandes lírios quando, em vários momentos, precisa da pequenez de uma violeta para se distrair.
Como eu queria ser grande lírio na vida dos meus amigos!
E como pensei que eles me quisessem assim também.
Posso ter sufocado a necessidade que eles tinham de um amigo pra jantar junto (pequena violeta) e eu, na minha inquietude, me apresentei com um amigo para a vida toda (grande lírio).
Seria possível todos os meus amigos serem meus amigos a vida toda?
Não da forma como eu entendia o que é ser amigo a vida toda.
Ser amigo não é necessariamente ser necessário em todos os momentos na vida do outro.
Isso não é amizade, isso é dependência!
Ai meu Deus! Como desejei que meus amigos fossem dependentes de mim, mesmo sabendo as conseqüências de um relacionamento assim, pois já as sofri na pele.
Não acreditava que bastava um “conta comigo!”.
Pensava que a confiança em mim cresceria proporcionalmente ao número de vezes que eu repetisse isso.
Fugi do extremo do “nunca dizer” para o de “dizer demais”. Extremos são perigosos!
Me dói saber que para alguns amigos, ainda estou no extremo do “nunca dizer”...
Com essa revelação também me deparo com as possíveis causas para tal carência e sou convidado à enfrenta-las!
Agora eu entendo por que, por mais que eu dissesse tudo de mim, algumas pessoas pareciam simplesmente não serem atingidas pelo meu amor.
Era simplesmente porque elas não precisavam do todo do meu tudo que eu ansiava em dá-las mais por minha vontade de ser conhecido.
Mas meu amigo precisava sim do meu todo numa parte que ele fosse capaz de assimilá-lo.
Isso não é coisa fácil de fazer!
Ah! O amor realmente é difícil, mas simples.
Não basta a minha vontade de dar amor. Devo também observar se é do “amor” que estou oferecendo que meu amigo necessita.
Espero um dia poder expor isso para meus amigos para que entendam um pouco das atitudes imaturas que tive algumas vezes.
Posso até ter tido consciência da minha amizade sufocante e algumas vezes até pedi desculpa por isso.
Mas hoje é diferente. Não entendo somente que minha amizade era sufocante.
Entendo a visão errada que tinha sobre o que eu mesmo poderia oferecer para os amigos.
Entendo que se um dia eu vier a ser um grande lírio na vida de alguém, não é porque eu o sou necessariamente.
E sim pela sua necessidade própria e visão de mundo.
Estou bem ciente de que Deus pode me usar como um instrumento de santificação, mas vejo o quão fraco é esse instrumento e o quão forte é Quem o maneja.
Pretendo ser, a partir de hoje, o que realmente sou na vida das pessoas. Não quero ser “melhor amigo”, mas amigo que realmente serve nas horas certas!
Ainda que essa hora certa aconteça somente uma vez!
Pela graça, me convencerei que cumpri o meu papel que pode ter sido o de distrair o amigo, assim como as pequenas violetas fazem tão bem nos grandes jardins...
Será que cheguei mais perto da verdade?
Nossa! Estou me sentindo mais livre...

03 maio, 2006

Folhas secas...

É sinal de inverno
Tempo de mudança
Algo bom vai acontecer
.
Ao contrário do que eu pensava
Tenho jeito, conserto e solução
Não do meu jeito, mas pela Santa Mão

Sentir-se surpreendido
Se alegrar com a dor
Se alegrar com um “NÃO!”

Eis o Seu grande poder
Eis a Sua diferença
Eis a Sua misericórdia...

Transforma meu pranto em riso
Dura meu sofrimento uma noite
Mas a alegria vem pela manhã

Que venha o frio!
Pois o amor de Deus é meu agasalho necessário
Vou lutar,
Quero morrer como as folhas secas
Que dão lugar aos brotos esperançosos...

01 maio, 2006

Esses sentimentos...

Tão confundidos e modificados
Pelo aparato raso da minha pouca visão
Tão misturados e confeccionados
Pelo pensar errado da minha fraca emoção

Pulam de galho em corda
Correm de roda e bamba
Chovem na horta alheia
As gotas de ressentimento e da palavra presa

Buscam no vão da vida
Uma brecha de escape torpe
Sonham com bons amores
E brincam de maus amores

Secam as minhas lágrimas
Com desculpas passageiras
Brigam com o bem da sorte
Lançado para moldar minha pessoa

Esses sentimentos...
Tão estranhos,
Tão rebanhos,
Tão pastores e tão ovelhas desgarradas

Esses sentimentos...
Um dia me levam
Um dia melhoram
Ou um dia pioram
A ponto de eu saber quem são...