27 abril, 2009

Carta aberta ao meu irmão!

Fi, tudo bem?
Eu estou bem, graças a Deus! Fiquei pensando muito naquilo que vc disse ontem: algumas vezes temos a sensação de que estamos dando o nosso máximo para uma pessoa e ela simplesmente não consegue perceber. Ela acaba dizendo que precisa mais do nosso esforço.
Eu falei que achava isso bom, porque era como se tivesse chegado a hora em que teríamos que abandonar nossas forças e confiar na graça. Eu fiquei pensando assim porque ontem aconteceu exatamente isso comigo!
A primeira sensação foi de uma extrema incapacidade de amar e então me lembrei das palavras da Dra. Renate: “O ser humano não sofre por não ser amado, mas por se sentir incapaz de amar!” Isso é bem verdade!
Pude compreender que quando estou carente da atenção de alguém quase nunca, por mais que essa pessoa se disponha a estar comigo, consigo me sentir saciado. Na verdade eu não quero o amor daquela pessoa, mas quero sentir que eu amo e tantas coisas me atrapalham nisso.
Fui me lembrando de outras frases da Renate: “geralmente fazemos muitas coisas pensando que é amor, mas no fundo não nos damos, em essência, para o outro”, “o verdadeiro amor dobra o coração do outro”.
E relacionando isso tudo com aquela sensação de impossível que experimentamos quando o outro nos “cobra” amor, pude confirmar que talvez o “impossível” seja essencial para amadurecer nossa capacidade de amar e de despertar a capacidade de amar do outro.
Ontem, eu acho que por amor, eu me confessei pra ela: “Eu sei que posso ser melhor, mas hoje eu acho que estou dando o máximo de mim, esse é o Renato hoje, mas não é o Renato pleno em suas possibilidades. Eu preciso que vc me olhe sem me congelar no presente! Eu preciso que vc tente me ver além. Eu preciso que vc também se veja além. Eu acredito que da mesma forma como eu vou mudando com o tempo vc também vai mudando. Dessa forma, o que é pesado na minha personalidade pra vc hoje, por minhas mudanças e por suas mudanças, não será tão pesado amanhã!”
Depois que eu disse isso e mais algumas coisas ela olhou nos meus olhos e disse: “O que estou te cobrando, na verdade, não é essencial pra mim. Essencial é a sua sinceridade!”. Claro que chorei né? Foi uma experiência de muito amor... Eu a compreendi, pois tantas vezes isso também acontece comigo, cobro do outro um amor que na verdade sou eu mesmo que preciso dar pra ele. Que loucura isso!
Ainda não sei se tudo que eu disse é realmente verdade em meu coração. Acredito que meu comodismo e certa tendência de justificativa estejam misturados nas minhas palavras que tentam falar de minha essência, mas confio que de tudo Deus pode tirar um proveito.
É Fi, vamos vivendo e aprendendo...
E cada dia mais, nesse árduo e complexo caminho, vou descobrindo que o amor é muito mais simples do que eu pensava...
Um forte abraço, que Deus te abençoe! Conte comigo!
Seu irmão,
Renato

18 abril, 2009

A espera de um morango...

"Contam os budistas que um homem andava por uma floresta quando, de repente, sem ver, chutou uma pedra e feriu o pé. Mancando, continuou o trajeto e foi surpreendido por um leão voraz. Correndo desesperadamente caiu num precipício. Na angústia da queda, conseguiu agarrar-se a uma raiz. Ali, pendurado, viu à sua frente um lindo morango maduro que crescia na parede da montanha. Delicadamente, arrancou-o e comeu-o solene e lentamente. O morango estava delicioso!"

Esse texto não se trata apenas de procurar o lado bom das situações adversas, mas me tocou principalmente a atitude de espera do homem de “má sorte!”.

Muitas vezes, por diversos acontecimentos da minha vida, tendo a andar com minhas próprias forças, sem mais me lembrar da graça de Deus. A Graça é como o morango, vivo e presente na minha vida, mas que escolho enxergá-lo ou não no meu caminho. O Homem de “má sorte”, poderia ter ignorado a presença do morando se não estivesse aberto ao inesperado.

Eu quero ser assim Senhor! Aberto às dádivas de cada dia, sempre à espera do inesperado! Sempre a espera da tua Graça!