31 março, 2008

Sobre liberdade, namoro e sociedade...

Fico pensando...
Na nossa condição de cristãos, até que ponto devemos assumir os “papeis” que a sociedade nos impõe?


De fato, não podemos desprezar o valor que tem os papeis sociais na organização e desenvolvimento de uma sociedade...

O papel “mãe”, por exemplo, serve de um modelo para orientar as mulheres que têm filhos, assim como o papel “pai”, o papel “filho”, o papel “professor” e assim por diante. Dessa forma, não precisamos fazer um esforço muito grande para saber o que devemos fazer quando passamos por algumas dessas situações.


Acho que é natural do ser humano ter algumas referências em sua vida para começar a caminhar rumo a um objetivo, mas penso que referência é referência e não deve ser confundida com o próprio objetivo.

A minha caminhada é para algum lugar, assim “uso” o papel “filho” para chegar lá. O meu objetivo não é ser filho! Mas ser uma pessoa completa!

Quando me disponho a usar das “orientações” que a sociedade faz a cerca de namoro, não quer dizer que devo seguir a risca o papel namorado que ela mostra de alguma forma.
Ontem tive uma conversa bastante produtiva com minha namorada nesse sentido. Percebemos que nos comportamos de forma bem diferente do que algumas pessoas entendem sobre namoro.

A gente não se vê todo dia, por exemplo...
Muitas pessoas estranham fazendo comentários do tipo: “Nossa, nunca vejo vocês juntos...”
Mas porque teríamos de estar sempre juntos?

Pudemos perceber que “estar sempre junto” é uma das características que o papel “namoro” tem, mas que tantas vezes é vazio de sentido! Por fim, depois de conversar um pouco confessamos um ao outro: “Tem dia que não sinto sua falta!”

Como foi bom entender que de alguma forma, estamos começando a nos livrar do modelo de namoro que a sociedade nos impõe! Estamos começando a namorar do nosso jeito...

Esse jeito respeita a nossa essência, os nossos valores, os nossos objetivos comuns.
Esse jeito diz que o namoro não é o fim em si mesmo, é caminho... E como todo caminho é preciso ser caminhado, não dá pra pular etapas...

Acreditamos que um dia desejaremos estar sempre juntos e esse dia será o tempo de nos casarmos...

Por enquanto somos namorados, que para crescerem como namorados precisam de muitas coisas além do namoro! Precisamos nos dedicar à espiritualidade, aos amigos, à família e outros...

Concluímos que podemos viver um namoro livre, que testemunha a liberdade que Jesus conquistou na cruz para o ser humano!

19 março, 2008

Água de mim mesmo...

“A água que afunda a canoa não é a que está do lado de fora!”

Esse ditado resume o sentimento que anda no meu coração nessa manhã...
Muitas vezes eu sofri por esperar mudanças nas pessoas e muitas vezes me decepcionei pois elas não mudaram como eu desejava...
Será que elas realmente deveriam mudar?
Quem sou eu pra saber quem elas são?
Posso dizer que passei muito tempo da minha vida sofrendo, e ainda sofro...
Mas acho que estou aprendendo a sofrer verdadeiramente, sofrer pelo que deve ser sofrido...
Sofrer carregando a minha cruz...
Sofrer para que apenas a graça de Deus me baste com relação ao meu espinho na carne...
Sofrer por desejar mudanças em mim mesmo...
E como é bom sofrer esse sofrimento, que vale a pena, que dá resultado...
Pelo pouquinho que vivi assim, hoje sou um homem muito mais maduro, mas tranqüilo, mais calmo e perseverante diante das situações difíceis da vida.
E nesse sofrimento tenho aprendido que nenhum problema pode ser resolvido enquanto tiver na perspectiva do outro. E não vale a pena sofrer por problemas que estão na perspectiva do outro, não tenho a menor chance de mudar uma realidade que desconheço...
Mas pelo autoconhecimento, posso encontrar a parte de mim e trazer o problema para a perspectiva do eu-pessoal: “O que eu posso fazer?”
E então, é hora do sofrimento necessário...
É hora da minha purificação...
É hora de lutar para me assemelhar com o Cristo, que enxergava todos os problemas na perspectiva dele mesmo!
Isso é uma libertação...
Porque sofrer por algo que nem conheço?
Porque desejar secar a água de todo mar, se posso secar minha canoa?
Obrigado Senhor, estou aprendendo que amar é enxergar o
problema do outro na minha perspectiva e sempre rezar a frase:
“Assim como Jesus, o que eu posso fazer?”

13 março, 2008

O sentido da limitação...

O ser humano é limitado!
Criado a imagem e semelhança de Deus, mas criado!
Não é Deus, não pode realizar tudo que quer...
Acredito que até aqui concordamos em gênero, grau e número. Mas a minha provocação, que se dirige primeiramente a mim, é mais profunda...
É inevitável me deparar com pessoas, como eu, que também são limitadas. Mas o que fazer para que a limitação humana seja a meu favor?
Os limites precisam ser sentidos e terem sentido!
Tentando explicar...
O fato de eu enxergar uma limitação no outro e apontá-la, pode não fazer diferença na vida dele enquanto ele mesmo não se conscientizar, e encontrar sentido nessa limitação.
As dificuldades de alguém percebida por mim, podem dizer muito para mim, mas não necessariamente dirão para quem me mostra.
O que quero expressar com isso tudo é que, muitas vezes, a percepção da limitação do outro é a chave para perceber as minhas próprias limitações.
Penso que para me incomodar com os limites do outro, eu já tenha andando um pouco no meu próprio caminho e então me deparo com tal limite, que talvez seja mais meu do que do outro!
Enquanto que nas vezes que aponto a limitação do outro, eu aponto um caminho que ele, por ele mesmo, precisa percorrer pra verificar se a minha percepção da sua limitação procede.
Hoje, isso faz muito sentido pra mim...
Posso sim, ajudar o próximo mostrando algumas dificuldades dele que eu vejo e, por acaso, ele não, mas penso que isso fará muito mais sentido pra ele, quando fizer, primeiramente, sentido pra mim...
A partir de agora quero sempre me perguntar:
“Em que medida os limites do outro mostram os meus próprios limites?”

12 março, 2008

Continuo refletindo...

  • Por mais que eu saiba que as pessoas não são como eu gostaria, que elas não enxergam como eu, que elas tem limitações, dificuldades... Isso não é suficiente pra me fazer suporta-las e trata-las com caridade! Preciso de algo mais profundo tocando o meu coração, preciso da Caridade maior, preciso do amor de Deus me confortando e me dando um sentido verdadeiro de vida!

  • Infelizmente já julguei muitas pessoas, e não sei se terei oportunidade de reencontrá-las para descobrir quem verdadeiramente são! E pior ainda, muitas vezes não fiquei com esse julgamento só pra mim...

  • Quando eu tiver muita vontade de dizer umas verdades para alguém, a partir de agora, quero primeiramente que esse alguém diga algumas verdades para mim e sobre mim...

11 março, 2008

Reflexões do dia...

  • Ninguém pode decidir por mim a seguir a Cristo. Preciso me disciplinar neste caminho. Essa é a única forma de me libertar...

  • Não posso exigir que as pessoas orem da mesma forma que eu. Não posso exigir que minha república seja um lugar silencioso, do jeito que gosto para orar...

10 março, 2008

Lições do dia...

  • As pessoas não agem em função de mim. Elas, tantas vezes, nem pensam em mim para agirem. Que isso sirva para me libertar da idéia de que algumas delas me perseguem e fazem determinadas coisas para me provocarem....

  • Não é todo mundo capaz de me compreender em tudo que vivo e sinto! Preciso respeitar que alguns podem simplesmente, não se interessarem por quem eu sou verdadeiramente...

  • Minha cruz não é maior que a de ninguém!

Cadê você?

Esses dias tenho refletido bastante sobre os meus relacionamentos. Questionei-me sobre o que realmente preciso numa amizade ou numa relação com o outro. Depois de muito pensar cheguei a numa conclusão que me acalmou: Preciso da sinceridade do outro!
É isso mesmo! Não preciso do ombro dele, não preciso do olhar, não preciso do abraço, não preciso das palavras, o que eu preciso é da sua sinceridade! Esse é o alimento, tão saudável, para o amor...
A maioria dos meus sofrimentos estão ligados a julgamentos que faço sobre determinadas pessoas. Julgamentos que me levam a pensar que não sou amado como eu gostaria. Mas porque encontro espaço para tais pensamentos? Acho que muito se deve a pouca sinceridade do outro, que deixa espaço, para julgamentos desnecessários.
Quando sinto que o outro fala a verdade, mesmo que não seja o que eu gostaria de ouvir, isso, de certa forma, preenche o meu coração e sou colocado numa situação de responsabilidade que favorece o meu amadurecimento. Preciso decidir se vou continuar nesse relacionamento, mesmo sabendo que as coisas não são da forma como penso, assim me torno livre pra decidir. Encontro a minha verdade e a verdade do outro, e posso então, confrontá-las e dali absorver uma outra verdade, mais “verdadeira”.
Às vezes eu me pergunto por que sou contra determinadas formas de relacionamentos, tipo o “ficar” em festas, ou investir muito numa amizade virtual.
Infelizmente estamos “impregnados” do sistema capitalista também nas nossas ações cotidianas, mesmo que não tenha ligações com negociações de produtos!
Começamos a negociar nossos sentimentos, nossas vidas, queremos “vendê-las” e obter lucro, para isso usamos de uma propaganda muito boa sobre nós mesmos, usamos máscaras para atingir esse objetivo.
Por isso penso que as festas são lugares onde, na maioria das vezes, somos muito tentados a passar por melhores do que somos na realidade. Assim também vejo uma amizade construída virtualmente, sem olho no olho, usamos máscaras melhores do que somos na tentativa de conquistar o amor do outro.
Posso estar sendo meio radical, mas é que isso já aconteceu algumas vezes comigo, e hoje tenho tomado bastante cuidado com essas situações.
Pra mim nada substitui uma conversa sincera, daquelas que dá vontade de olhar pra outro lado ao invés de encarar a pessoa que está na nossa frente. Vencer essa barreira é vencer a barreira do orgulho e isso traz muita paz, preenche, completa, plenifica o coração...
É por isso que digo, preciso da sua sinceridade, mais do que qualquer outra coisa!
Preciso que você me diga algumas vezes: “Hoje estou impaciente com você!”
Acho vai ser melhor do que se você ficar fingindo pra me agradar. Preciso da sua sinceridade para amadurecer no conhecimento de mim mesmo e no conhecimento do ser humano...