25 dezembro, 2005

Amor em essência

A cada dia que passa percebo o quão pequena é minha compreensão do amor...
Acordo na tentativa de argumentar a favor da vida e sinto fortemente que Deus argumenta em mim...
Vejo ainda que no momento sublime da minha argumentação é como se eu me despisse de todos os meus conceitos e me abandonasse numa eloqüência que desconheço...
É como se descobrisse quem eu sou não deixando de ser todas as minhas descobertas...
Por amor eu me descubro a cada dia, por amor eu sou incentivado a mergulhar em mim mesmo e mostrar a minha essência...
Muito pouco sei de originalidade, penso em ser uma pessoa melhor levando em consideração o que de melhor há nas outras pessoas...
Esqueço que meu ser anseia por se revelar um ser único e construído pelo amor de Deus...
Cada vez que tento amar de verdade uma determinada pessoa é como se manifestasse o meu lado totalmente original, pode até a manifestação ser parecida com outra, mas o sentimento que sai do meu coração é totalmente particular...
Nunca amo uma pessoa da mesma forma, acho que porque o amor não pára em mim, ele tem vida própria, não posso barrá-lo, ele é Deus...
O que posso fazer é acompanhá-lo e utilizar de sua beleza para iluminar a minha essência e a essência dos outros...
Se não amo, perco a oportunidade de mergulhar no mar da originalidade e “nunca vistos”...
Como me entristece pensar que a totalidade de Deus esconde-se no amor, que muitas vezes, é negado...
Esconde-se na essência de quem ama por interesse e não transparece o desejo de se entregar para uma descoberta de si mesmo...
Consolado pelo fato de que Deus se manifesta inteiro na doação de um amor verdadeiro, sigo na busca de uma compreensão total do amor que se dá à medida que as essências humanas são reveladas, pois nelas estão a totalidade de Deus fragmentado em pedaços totalmente distintos e de uma beleza tão particular e inigualável...
Com tudo me descubro uma pessoa pouco original, conheço um parte da minha essência mas ainda desconheço muito a minha incapacidade de amar perfeitamente...
Reconheço pouco que quem deve amar em mim é Deus...
Ainda busco nas pessoas muito menos do que elas podem me oferecer...
Busco amor, sabendo que o amor não se busca, ele se deixar encontrar e amar...
Preciso buscar amar e mais amar, já que assim desperto no outro o falado desejo de originalidade...
E para descobrir quem eu sou de verdade e me revelar ao mundo como um ser que acrescenta alguma coisa, devo me conscientizar que Deus habita em mim e no outro...
E essa consciência é adquirida pelo amar e ser amado de um amor sublime que transcende a qualquer expectativa a cerca do próprio amor...

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