10 setembro, 2006

Hoje é todo dia...

O meu íntimo anda numa canção
Desconhecida, doce e pura
Num tom tão reunido e experimentado
De sons apaixonados
Em passo azul que acalma e cura

A sensação é de um ser fragmentado
Em pratos rasos e pouco claros
Um olhar cansado sem criatividade
Uma vontade de nada querendo tudo

Mas esse não sou eu
É uma inversão de eu
Partido, ferido, calado e mudo
Forte, angustiado e tão desiludido

Quero ser, mas não sei
Quero estar, mas tenho carência
Quero amar, mas eu preciso
Os sentidos hoje me fogem

As palavras são descontentes
As letras sem sabor
Mas as cores continuam
Colorem os panos de fundo
Riscam meu mundo

Escorrego num brinquedo
Que eu mesmo construí
Brincar de amar não dá
Amor é sério
Estou sentindo

Amor quer o que não quero
Amor, no fundo, quer o que já vi
Um dia eu sonhei com a brisa
No outro, com o lugar

Por fim abro os olhos pra vida
Me resta a vida
Me cabe o que é claro, verdade e paz
Eu sou pra cruz
E ser feliz...

Um comentário:

Anônimo disse...

Ei Rê, gostei mesmo do seu blog, mas devo confessar que vejo muito mais as figuras q leio os txts...uahua...sou meio preguiçoso e corrido!Abraço!