28 julho, 2006

Realidade pequenininha...

Por mais que eu não queira...
Existe outra realidade de mim...
Ela fala por mim e eu nem mesmo a conheço...
Ela fala de mim e eu nem sinto...
Ela sofre e eu sofro junto sem saber por quê...

Ó Realidade das realidades,
Quando saberei a minha verdade?
Ando tão longe e tão próximo de mim...

Por tua lonjura desejo eu mesmo...
E pela proximidade tenho consciência da distancia...
É uma angustia angustiante de quem pretende descansar eternamente...
Uma saudade do mistério que me forma...
A derrota da autoridade própria...

São perguntas de infinitas respostas...
Grossos modos finos de se olhar para o orvalho...
É um frio seco de numa doçura incomparável...
Ou uma doçura de um frio que crio dentro do peito...

Ó Realidade das realidades,
Eu não conheço...
Eu sinto o não sentir de uma vontade quase nua...
Crua, sem pré-conceitos e/ou estimativas...
A outra me pára quando quero andar...
Ou quando queres andar em mim?
Eu te evoco, eu te imploro!
Conhece-me inteiro...

Ultrapassa a minha pequenez!
Busca por Ti mesmo aqui no profundo!
Um profundo tão raso que se perde...
Um profundo pleno em ti e meio sem sentido nos meus olhos...

Daqui só posso esperar o dia em que virá...
Daqui só posso sentir aos poucos a transformação...
Daqui vou inconformar-me e me confortar...
Com as gotas de Ti...
As gostas cheias que me parecem vazias...
As gostas que preenchem com a sensação de tirar de mim...

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