05 outubro, 2006

Por detrás da “realidade”...

E o que dizer sobre o que não vejo?
Além dos seus complexos desejos
A dor, o medo
Crosta formada por ninguém
Ninguém que mata
Que se vende
Ninguém que se alimenta
E se veste de sociedade
Que costumam chamar realidade
Mas de verdade
É apenas a vontade de ser

Ser fantástico, impensável
Intragável ou diferente
Fruto da mente
Tão demente
Incapaz de imaginar o amor
Que vive de pobreza interior
Fraqueza de Nietszche
Aguda bondade
Perdida nas amargas ilusões
Das palhas secas do que é

Cheiro bom vencido
Pelo pecado corrido
Veneno de vida alheia
Benefícios desviados
Noites mal dormidas
Obesa consciência e vassoura que varre
Ajuntando um lixo
Que pode ser eliminado
Num só sopro, fala, olhar simples
Tão grande, amante, luz que se nega
Distinto à sua roupa:
Deus como tal.

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