25 junho, 2006

pequena luz?

E se o pranto fosse feito tango
Que dançasse as formas de uma vida triste
E se a palavra fosse feito verso
Que exprimisse alegre o que ainda é triste

E se a distancia fosse feito amigo
Que a saudade emanasse choro mero e triste
E se a chuva fosse feito sol
Que invadisse com sua luz perfeita o meu quarto triste...

Oh luz!
Alta luz!
De onde vens que tenho medo?
Onde estás que não no meu escuro?
Pelo menos no que vejo

Oh tango, verso, amigo e sol!
Porque a tristeza te corrói?
Onde buscar a paz se a carência
É restrita de sonhos coléricos e desconcertantes?

Oh chave do céu!
Abre-me para a vida, abre-me para o certo!
Faz-me olhar na direção que acalenta
O meu interior sofrido de amor imperfeito

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi, 'meio amigo'... lindas palavras. Me fizeram meditar bastante... especialmente no que eu considero luz pra mim, e como lido com minhas 'ausências'...
Acho importante pensarmos tb no valor de pararmos um tempo e absorvermos ( de verdade!)a luz, ter claro em nós o que somos, o somos aptos a ser... para chegar a 'olharmos na direção certa' é necessário ainda uma mudança no meu "olhar para as coisas" - pedir um olhar diferente (inclusive para as minhas ausências, sabendo enxergar que o que me falta como algo bom, pq aí está a oportunidade concreta de me preencher com algo q vai além de mim! ;o) é fundamental!!!
Deixo tb alguém versos de Drummond q me fizeram refletir, junto com os seus!
" Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, que rio e danço e invento exclamações alegres, porque a ausência, essa ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim"

... perdão pela avalanche de idéias...rsrs. Te amo!!!